quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

I was hoping someday you'd be on your way to better things



Eu realmente espero que você aprenda que não precisa sair sempre por cima.
Que às vezes um pequeno errinho apontado e reconhecido altera todo um caráter.
Constrói.
Mesmo achando improvável (pelo menos por agora) que você perceba, vou pra sempre fazer fé nisso.

E um lembrete: quando essa verdade bater na sua porta quero estar lá para ouvir (mesmo que por trás das cortinas) e catar seus pedaços.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Must be dreaming



Ao abrir os olhos tudo o que vi foi escuridão. Pisquei os olhos repetidas vezes na tentativa de focalizar algo, mas não consegui. O breu estava forte demais. Passei a tatear em busca de algo, mas tudo o que achei foi uma mão. Uma mão gelada. E o que me fez retesar de pavor foi sentir que naquela mão grande havia uma aliança.

Acordei com o coração acelerado, suando e com as tão guardadas lágrimas agora transbordando dos olhos. Senti o estrangulamento na garganta. Pensei, ou pelo menos tentei, em coisas felizes; contei até dez, tudo para afastar as sensações do sonho de mim. Aquela mão, aquela dor no peito, mas tudo estava sendo em vão, toda a tristeza parecia querer escapar pelos meus olhos e lábios.

Não podia estar acontecendo, simplesmente não podia.
Ao levantar o corpo, esperando que isso me acalmasse, acabei soltando um soluço estrangulado, um som que por mais que não quisesse, parecia chamar "Pai".

Droga, era tudo o que não podia acontecer. Eu era a rocha da família, ou o fiapo de laços familiares que haviam restado, e não podia de jeito nenhum me deixar levar por coisas emotivas. Nunca.
Ouvi os passos vindo do outro lado do quarto e senti o colchão afundar com o peso dele. Não quis abrir os olhos, sabia que se fizesse agora, desmoronaria.

E foi justamente o que aconteceu, Sam pôs as mãos quentes na minha nuca sempre fria e fez um afago, como se pedisse para contar o que havia acontecido. Lutei com todo o resto das minhas forças, mas quando ele sussurrou meu nome abri os olhos e foi a pior escolha que poderia ter feito.

Os olhos deles dois eram iguais e vendo os de Sam ali, o único par restante, me fez simplesmente cair por terra, afundando o rosto no peito dele e chorando como nunca havia feito na vida, nem na infância.

Dessa vez o pequeno Sammy foi o irmão mais velho. Ele que permaneceu ali por mim, me acalmando e me fazendo voltar a ter a respiração compassada. Perdi a noção de quanto tempo fiquei ali com ele, sei que quando dei por mim, Sam havia me recostado na cama e medizia para dormir, que tudo ia passar, que ele não queria me ver chorar como uma mulherzinha. Não tive forças para sorrir, só apertei seu braço e dormi de tanto cansaço.

Novamente me vi na mesma escuridão, no entanto, dessa vez tinha total certeza de estar sonhando. Sonhos continuos, sempre os malditos sonhos contínuos.

Me pus de pé e andei às cegas. Em certo momento me abaixei, não queria mais continuar, mas achei novamente a mão. Senti denovo toda a vontade agoniante de chorar, mas percebi que era por outro motivo. A mão estava quente...e apertava com força a minha.


Acordei com uma luz e ao abrir os olhos vi que o dia havia amanhecido. Olhei para cima e me deparei com os olhos preocupados de Sammy olhando pra mim. Deu um sorriso de alívio ao ver que meus olhos continuavam inchados e vermelhos, mas não com lágrimas novas.
Levantei a mão e apertei com força seu braço, o puxando para perto da cabeceira e sentindo o pulsar das veias. Ele simplesmente disse "Bom dia soldado, hoje é seu dia de folga". Dessa vez achei forças e sorri, sabendo que o mundo é cheio de mistérios e por mais que não acreditasse em forças boas, elas me protegiam, mais perto do que pensava.

Deitei a cabeça no travesseiro e voltei a dormir. Dessa vez não tive sonho algum.



Em homenagem ao começo da 5a temporada de Supernatural, vou postar essa fic que escrevi quando Daddy! Winchester se foi lááááá na Season 2...e novamente sem betar nem nada, fiz só porque foi absurdamente triste. E também como presentinho pra Jana :D